quinta-feira, 22 de dezembro de 2011



E mais um ano chega ao fim. Ta ai, quase no fim. Estou prestes a falar a frase mais clichê que as pessoas usam quando chegam em Dezembro, esta "O ano passou tão rápido que quase não vi". E não vi mesmo!  Passou tão rápido que nem tive tempo de colocar sonhos em dias (e realizar alguns também!). E que ano foi esse! Meu Deus, foi o ano do auge de todos os meus sentimentos. Nunca amei tanto e odiei tanto em minha vida.  Descobri amigos e descobri amigos não tão amigos. Fiz preces, chorei demais. Tive quase certeza que estava louca, e acreditem, cheguei a beira da loucura. Foi um ano bom, foi um ano de descoberta, foi um ano feliz até. Pensei que não daria conta deste coração confuso, tão errado e cheio de estragos. Mas Deus me ajudou nos momentos de crises e loucuras, mantive-me firme, embora quase caindo, mas me mantive. Só peço leveza para 2012. Só peço muito amor e muita paz. Querido 2012 eu só quero de você um amor fresquinho, papos bobos com amigos e família reunida. E que seja assim!  


domingo, 18 de dezembro de 2011



Volto já

Coração fechado para balanço .
Inoperante.
Mesmo com saldo negativo,
ele amanhã abre de novo
e segue adiante.

(Flora Figueiredo) 

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011


Houve um tempo em que minha janela se abria sobre uma cidade que parecia ser feita de giz. Perto da janela havia um pequeno jardim quase seco. Era uma época de estiagem, de terra esfarelada, e o jardim parecia morto. Mas todas as manhãs vinha um pobre com um balde e, em silêncio, ia atirando com a mão umas gotas de água sobre as plantas. Não era uma rega: era uma espécie de aspersão ritual, para que o jardim não morresse. E eu olhava para as plantas, para o homem, para as gotas de água que caíam de seus dedos magros e meu coração ficava completamente feliz. Às vezes abro a janela e encontro o jasmineiro em flor. Outras vezes encontro nuvens espessas. Avisto crinças que vão para a escola. Pardais que pulam pelo muro. Gatos que abrem e fecham os olhos, sonhando com pardais. Borboletas brancas, duas a duas, como refelectidas no espelho do ar. Marimbondos que sempre me parecem personagens de Lope de Vega. Às vezes um galo canta. Às vezes um avião passa. Tudo está certo, no seu lugar, cumprindo o seu destino. E eu me sinto completamente feliz. Mas, quando falo dessas pequenas felicidades certas, que estão diante de cada janela, uns dizem que essas coisas não existem, outros que só existem diante das minhas janelas, e outros, finalmente, que é preciso aprender a olhar, para poder vê-las assim.


(Cecília Meireles)