Não adianta
forçar. Não adianta querer que saia o bom poema. A escrita simplesmente vem, ou
não vem. É assim pra todos nós, miseráveis, que precisam dela pra achar um
pouco de graça no inferno. Por dias andei entorpecida e vi beleza nos olhos
tristes da moça no ônibus, e vi a lua beijando Vênus, e vi fumaça e caos impregnados
no meu livro velho. E minhas lágrimas eram tão secas e frágeis, caiam
cuidadosamente no chão frio do banheiro. “Chorando bem baixinho, bem baixinho,
baby. Pra nem eu, nem Deus ouvir”. Não houve papel e caneta, tudo digerido e
vomitado pra dentro. Era
meia-noite no lado escuro da vida, e nada fazia sentido.
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